Frente da Família realiza 21º Mutirão pela Vida

TRIBUNAL – Pastor Cleiton Collins expressou desânimo com a decisão do STF sobre a maconha. Foto: Roberta Guimarães

A Alepe promoveu nesta quarta (26) a 21ª edição do Mutirão pela Vida, evento iniciado pela manhã, com atendimentos direcionados aos dependentes químicos e familiares, e concluído com uma audiência pública para marcar a passagem do Dia Internacional Contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, celebrado hoje. A iniciativa foi liderada pela Frente Parlamentar em Defesa da Família, da Vida e de Políticas sobre Drogas, coordenada pelo deputado Pastor Cleiton Collins (PP).

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Na abertura da reunião, o parlamentar apontou a responsabilidade do Estado diante do problema das drogas, e expressou desânimo com a notícia de que o Plenário do Supremo Tribunal Federal formou maioria, na última terça, para descriminalizar o porte de maconha de consumo pessoal. Na avaliação do deputado, a Alepe e demais instituições precisam marcar posição contra essa e outras decisões que “afrouxam” os mecanismos de prevenção ao uso de entorpecentes e o combate ao tráfico. “E nós estamos numa casa de leis e de poder fincando a nossa voz contra essas decisões, achando que eles deveriam refletir mais antes de tomar esse tipo de decisão, e o Congresso deve demonstrar mais responsabilidade, assumindo o seu papel”, defendeu. 

OPINIÃO – Luís Sávio Loureiro afirmou que o Brasil não está preparado para descriminalizar o porte de drogas. Foto: Roberta Guimarães

Representantes de instituições públicas participaram do encontro. O promotor de Justiça Luís Sávio Loureiro, do Ministério Público de Pernambuco, opinou que o Brasil “não está preparado para bater o martelo” sobre a questão da despenalização ou descriminalização do uso das drogas. “Brasília tem que ouvir o apelo dos estados, aquilo que se passa em grande parte da sociedade. Não podemos ficar restritos a conceitos jurídicos ou a meras estatísticas internacionais dizendo que deu certo num país, talvez regredindo no assunto do controle das drogas, quando nós vivemos numa sociedade totalmente diferente”, avaliou. Loureiro acrescentou que grande parte do contexto da criminalidade no País se deve ao problema, o que demanda maior atenção do Estado. 

POLÍCIA – Cláudio Neto comentou o aumento de prisões de traficantes com quantidades menores de entorpecentes. Foto: Roberta Guimarães

O delegado Cláudio Neto, representando o Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil, comentou o aumento do número de prisões de traficantes com uma quantidade menor de entorpecentes. A conexão entre os crimes violentos e o consumo de drogas também foi destacada pelo delegado. 

Thays Pedrosa falou em nome da Secretaria Executiva de Políticas sobre Drogas de Pernambuco. Ela anunciou que, nas próximas semanas, será publicado o edital relacionado à participação das comunidades terapêuticas nas políticas estaduais, seguindo compromisso firmado pela governadora Raquel Lyra.

PARCERIA – Thays Pedrosa anunciou edital do Estado para as comunidades terapêuticas nas próximas semanas. Foto: Roberta Guimarães

“Nas próximas semanas, estaremos lançando o edital e, acumulado a isso, outras estratégias que a gente tem adotado de aproximação com os municípios, com os setores, com o Caps, com as secretarias de estado, para que a gente consiga, de forma intersetorial, chegar nessas famílias, nesses sujeitos”, anunciou. 

A audiência pública contou, ainda, com depoimentos de ex-dependentes químicos. Nivaldo Alves, de 42 anos, foi acolhido ao longo de 14 anos pela organização sem fins lucrativos Saravida, e relatou a transformação vivida no campo espiritual e por meio do suporte oferecido pelos trabalhadores da entidade. O psicólogo Mauro Barros ressaltou o papel das comunidades terapêuticas como garantidoras dos direitos das pessoas que desejam interromper o uso das substâncias que causam dependência química. 

Na parte da manhã, o Mutirão pela Vida reuniu equipes de dez comunidades terapêuticas sediadas na Região Metropolitana e no interior do Estado, que realizaram cerca de 300 atendimentos gratuitos no espaço do estacionamento do Museu Palácio Joaquim Nabuco. Aferição da pressão arterial, medição da glicose no sangue, testes rápidos de sífilis, HIV e hepatite B, e atendimento psicológico foram alguns dos serviços ofertados ao público.

DEPOIMENTO – Nivaldo Alves compartilhou com o público a experiência de acolhimento. Foto: Roberta Guimarães